terça-feira, 17 de julho de 2018

ENTENDENDO A CARIDADE




Certo dia, o mestre Eisai (século XII, Japão) estava no templo que ele mesmo fundara, chamado Kenninji, em Quioto.

Um homem pobre veio visitá-lo e disse:
Minha família é tão pobre que não tivemos nada para comer por muitos dias. Minha mulher e filhos estão quase morrendo de fome. Por favor, sinta compaixão por nós.

O mestre ficou perdido — não havia roupas, alimentos nem outras posses no templo. 

Lembrou-se de um pouco de cobre que fora doado para fazer o halo da imagem do Buda da Medicina, que estava sendo construída. 

O abade pegou esse cobre e deu ao homem para que pudesse vender e trocar por alimentos. Feliz, o homem se foi.

Entretanto, alguns dos praticantes criticaram o mestre, dizendo que ele não deveria dar parte da imagem de um Buda a uma pessoa laica.

 E o mestre respondeu:
Pensem na vontade Buda. Mesmo que tivéssemos de dar toda a imagem de Buda a alguém que estivesse com fome, saibam que isso estaria de acordo com a vontade Buda. 

E, mesmo que eu vá para o inferno por causa de um pecado como esse, salvei algumas pessoas da possível morte e do sofrimento da fome.





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