Certo dia, o mestre Eisai
(século XII, Japão) estava no templo que ele mesmo fundara, chamado Kenninji, em Quioto.
Um homem
pobre veio visitá-lo e disse:
— Minha família
é tão pobre que não tivemos nada para comer por muitos dias. Minha mulher e filhos estão quase morrendo
de fome. Por favor, sinta compaixão por nós.
O mestre ficou perdido — não
havia roupas, alimentos nem outras posses no templo.
Lembrou-se de um pouco de cobre que fora
doado para fazer o halo da imagem do Buda da Medicina, que estava sendo construída.
O
abade pegou esse cobre e deu ao homem para que pudesse vender e trocar por alimentos. Feliz, o
homem se foi.
Entretanto, alguns dos
praticantes criticaram o mestre, dizendo que ele não deveria dar parte da imagem de um Buda a uma pessoa
laica.
E o mestre respondeu:
— Pensem na
vontade Buda. Mesmo que tivéssemos de dar toda a imagem de Buda a alguém que estivesse com fome, saibam
que isso estaria de acordo com a vontade Buda.
E, mesmo que eu vá para o
inferno por causa de um pecado como esse, salvei algumas pessoas da possível
morte e do sofrimento da fome.
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