O monge Ryokan (1758-1831) devotou sua vida ao estudo do
Zen. Um dia ele ouviu que seu sobrinho, a despeito das advertências de sua família, estava
gastando todo o dinheiro com uma prostituta.
O sobrinho havia substituído o monge Ryokan na
responsabilidade de gerenciar os proventos e os bens da família — que agora
corria o risco de perder tudo.
Por isso, os parentes pediram ao monge que
fizesse algo. Ryokan teve de viajar por uma longa estrada para encontrar seu
sobrinho, o qual não via desde muitos anos atrás.
O sobrinho ficou grato por
encontrar seu tio novamente e o convidou a pernoitar.
Por toda a noite o monge Ryokan sentou-se em meditação.
Quando estava partindo, na manhã seguinte, disse ao jovem sobrinho:
— Eu devo estar ficando velho, minhas mãos tremem tanto!
Poderia me ajudar a amarrar minhas sandálias de palha?
O sobrinho o ajudou devotadamente.
— Obrigado — disse o monge. — Você vê, a cada dia um homem
se torna mais velho e frágil.
Cuide-se com atenção. Então partiu, sem falar uma só palavra sobre a cortesã ou as
reclamações de seus parentes.
Daquela manhã em diante, o esbanjamento terminou.
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