Durante uma conversa, o rei Milinda, que questionava sobre os ensinamentos de Buda,perguntou ao sábio Nagasena:
— O que é o samsara?
Nagasena respondeu:
— Ó grande rei, aqui nascemos e morremos, lá nascemos e morremos, depois nascemos de novo e de novo morremos, nascemos, morremos... Ó grande rei, isso é samsara.
Disse o rei:
— Não compreendo. Por favor, explique com mais clareza.
Nagasena replicou:
— É como o caroço de manga que plantamos depois de comer a fruta. Quando a grande árvore cresce, ela dá frutos, as pessoas os comem para, em seguida, plantar os caroços. E dos caroços nasce uma grande mangueira, que dá frutos. Desse modo, a mangueira não tem fim. É assim, grande rei, que nascemos aqui, morremos ali, nascemos, morremos, nascemos, morremos. Grande rei, isso é samsara.
Em outro momento, o rei Milinda perguntou:
— O que renasce no mundo seguinte (depois da morte)? Nagasena responde:
— Depois da morte nascem o nome, a mente e o corpo.
O rei perguntou:
— É o mesmo nome, a mesma mente e o mesmo corpo de agora que nascem depois da morte?
— Não é o mesmo nome, a mesma mente e o mesmo corpo que nascem depois da morte. Esse nome, essa mente e esse corpo criam a ação. Pela ação, ou carma, nascem outro nome, outra mente e outro corpo.
Noutro momento, o rei Milinda passeava à beira de um lago coberto por flores de lótus e refletia sobre os ensinamentos de Buda. Uma dúvida surgiu e ele pediu que chamassem Nagasena. Quando Nagasena chegou, o rei perguntou:
— O que resta quando o eu desvanece?
Nagasena, comovido, apontou para o lago coberto de lótus.
O rei Milinda despertara.
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