Era uma vez um cavaleiro andante, muito belo que passeava
numa floresta,
Numa determinada parte do caminho, ele encontrou uma
velha muito feia que estava caída e chorava muito, por ter torcido o pé de
forma violenta.
- o que aconteceu? senhora – perguntou o cavaleiro
- vim até a floresta para colher ervas curativas e não
percebi esse buraco. Enfiei o pé e o torci,,, Não consigo andar e estou aqui há
horas. – disse a velha senhora
- Deve estar com fome? - perguntou o cavaleiro
-Vou ajuda-la a montar em meu cavalo e a levarei até a
corte onde algum curandeiro a ajudará e também onde a Sra. poderá se alimentar.
– disse o cavaleiro – e assim o fez.
Ao chegar na corte, a velha senhora teve seus pés
enfaixados com unguento, o que permitiu a ela voltar a caminhar.
A noite o cavaleiro condoído, convidou a velha senhora a
se juntar no belo banquete no salão principal do castelo.
Porém, ao vê-la comer, o cavaleiro ficou envergonhado com
os seus modos e a forma com que comia, parecendo um bicho. Ele pensou: amanhã
ela estará melhor e a mandarei ir embora.
Após o jantar, todos recolheram a seus aposentos, porém
dada a quantidade de pessoas que vieram para os festejos do rei, uma convidada
inesperada não tinha onde ficar.
Foi assim que a velha senhora teve que dormir no mesmo
aposento que o cavaleio, porem seria apenas por uma noite, e no dia seguinte
essa historia teria terminado, pensava ele.
Os seus companheiros, no entanto, não se cansaram de
fazer chacota com seu colega de armas, dizendo que nenhum cavaleiro esteve com
mulher tão linda nos seus aposentos.
O que eles não sabiam, é que estavam certos!
Ao entrarem no dormitório a velha mulher transformou-se
numa linda donzela perfumada e sensual.
O cavaleiro assustado disse:
- o que está havendo¿ você é uma bruxa¿
- Não - nobre cavaleiro -
muito pelo contrario, fui vitima de um maldoso feiticeiro, por tê-lo
rejeitado. Ele me lançou uma maldição que durante o dia eu seria um
velha decrepita e retorcida., e a noite diante dos olhos de um único homem, eu
voltaria novamente a ter minha bela aparência. Porém se houver mais uma
testemunha a me ver, ou se o feitiço for revelado a mais de uma pessoa por vez,
eu me transformarei eternamente numa
velha horrorosa. E assim eu estaria condenada a não saber o que é o amor.
O cavaleiro por sua vez, acolheu a bela jovem em seus
braços, e teve a mais fantástica noite de amor que já havia experimentado.
No outro dia, no momento de manda-la embora, o cavaleiro
recordou-se da noite anterior e revolveu mantê-la na corte por mais uma noite.
Durante o dia, ele caminhava com a velha senhora, e
descobriu o quanto ela era interessante, e pode-lhe conhecer a alma.
A noite, mais um jantar e as mesmas piadas e zombarias.
De volta aos aposentos o cavaleiro e a jovem donzela se
descobriram num romance digno de um conto de fadas.
E isso se repetiu durante os festivais que celebravam o
aniversario do rei.
O Rei porém o advertiu do constrangimento que acontecia
diante dos amigos.
O cavaleiro proibido de contar do seu segredo, pois se o
fizesse, ela ficaria como velha decrépita para sempre, não sabia o que dizer.
Naquela noite, se
amaram como nunca. O cavaleiro teve a certeza então que descobrira o amor de
sua vida.
Mas ao voltar ao convívio com os membros da corte,
pairava uma sensação de desconforto, ainda que as piadas tivessem diminuído.
Os olhares de reprovação foram demais para o cavaleiro
que mandou a sua amada embora.
O tempo passou, o cavaleiro entregou-se a bebida e ao
desleixo, já não era mais o mesmo.
A tristeza e a melancolia eram visíveis em
seus olhos, embora ele tentasse a todo custo disfarçar.
Aquela
oportunidade passou, assim como passou o tempo, assim como passou a vida que
fora entregue ao desalento.
Seus companheiros nunca entenderam o estranho amor dele
por aquela velha senhora decrépita.
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