Uma monja vivia
preocupada e mortificada porque, segundo tinha lido num texto, o fato de ser
uma mulher obstaculizava seu caminho espiritual; que toda mulher deveria ansiar
por renascer como homem, para que assim pudesse desenvolver-se no Caminho.
Como
ela tinha lido tal coisa em um Sutra, ela imaginou que isso seria algo real e
sério, mas não entendia como poderia ser assim.
Um dia, buscou o mestre
Long-tan e perguntou-lhe:
- Mestre, li em um Sutra
que ser uma mulher é algo ruim, e que devo me aperfeiçoar para que, um dia,
possa renascer como um homem e assim poder atingir a sabedoria. Mas como posso
fazer isso? O que devo fazer para renascer como um homem?
O mestre simplesmente
perguntou-lhe:
- Há quanto tempo és uma
monja?
- Mas... - replicou a
monja - eu não perguntei sobre isso. Perguntei como posso um dia renascer como
homem!
- O que tu és agora? -
perguntou o mestre.
- Uma mulher, ora! -
respondeu a monja, surpresa. - Quem não sabe disso?
- E quem realmente
conhece tua verdadeira natureza para, a partir do fato de seres uma mulher,
sentenciar tolamente que tua condição feminina lhe impede de compreender o
Dharma? disse Long-tan.
Neste momento a monja
obteve o Satori.
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