Certa vez Tao-kwang, um
intelectual budista e estudioso do Vijñaptimara (idealismo absoluto),
aproximou-se de um mestre Zen e perguntou:
- Com que atitude mental
deve um indivíduo disciplinar-se para alcançar a Verdade?
Respondeu o mestre Zen:
- Não há nenhuma mente a
ser disciplinada, nem qualquer verdade na qual nós devemos nos disciplinar.
Replicou o intelectual:
- Se não há nenhuma
mente para ser controlada e nenhuma Verdade para ser ensinada, por que vos
reunis todos os dias aos monges? Se não tenho língua, como será possível aconselhar
a outrem a virem até mim?
- Eu não possuo nem uma
polegada de espaço para dar, portanto onde posso conseguir uma reunião de
monges? Eu não possuo língua, como posso aconselhar a outrem virem a mim?"
respondeu o mestre.
O Intelectual então
exclamou:
- Como podeis proferir
uma tal mentira na minha cara!?!!
- Se não tenho língua,-
retorquiu o mestre, - para aconselhar os outros como é possível pregar uma
mentira?
Desesperado em confusão,
disse Tao-kwang:
- NÃO POSSO SEGUIR VOSSO
RACIOCÍNIO!!!
- Nem eu tampouco...-
concluiu o mestre.