O monge Kyogen Chikan era muito inteligente e vigoroso.
Estava na ordem do mestre Isan Reiyu (771-853). Tinha um vasto conhecimento
sobre muitas coisas.
Certo dia, o mestre Isan Reiyu disse a ele:
— O que você fala em sua vida diária são sentenças e
comentários de livros. Você é muito bom em memorizar e repetir frases. Será que poderia me dizer
alguma coisa da época em que era tão jovem que não reconhecia a diferença entre
leste e oeste?
O monge tentou dizer algo para explicar, mas as palavras
foram inadequadas. Então procurou nos escritos, nos livros de sua vasta biblioteca, mas não
encontrou resposta satisfatória. Chorou muito. Tão desapontado ficou que
destruiu os livros e concluiu:
— Não tenho a menor esperança em compreender o Zen nesta
existência. Melhor ir para as montanhas e praticar a sós.
Assim o fez. Foi para o Monte Buto, construiu um casebre e
passou a viver de forma simples, praticando a meditação.
Certo dia, quando varria o chão de terra, um pedregulho
bateu no bambu e fez um som forte.
Kyogen Chikan se iluminou e escreveu o seguinte poema:
Kyogen Chikan se iluminou e escreveu o seguinte poema:
A pedra bateu no bambu
Minha consciência
desapareceu.
Sem me preocupar em
melhorar corpomente
Tornei-me como os
antigos Ancestrais do Darma
Nunca mais minha mente
escurecerá
Sem deixar marcas da
minha passagem
Fui além do som e da
forma
Em todo o país
Os que obtiveram o
estado Buda
Serão capazes de me
reconhecer
Como alguém que trilha
o Caminho Supremo.
Ao ouvir o poema, mestre Isan Reiyu disse:
— A criança amadureceu.
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