Reflexões

Os dois lobos

" Um ancião índio descreveu os seus conflitos internos da seguinte maneira:

- Dentro de mim tenho dois lobos. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom. Os dois lobos estão sempre à briga.

Quando lhe perguntaram qual o lobo que ganhava a briga, o ancião respondeu:

- Aquele que eu alimento.

A maioria das vezes vivemos em infernos que nós próprios alimentamos, sempre deitando mais uma lenha para a fogueira, alimentando o lobo mau que habita em cada um de nós.

Há por vezes quem môa e remôa coisas sem importância que acabam por desgastar psicologicamente retirando qualquer espaço para coisas bem mais interessantes e positivas.

Vivemos momentos bem difíceis, mas, temos que alimentar o lobo bom, para que o mau não nos devore."

Muitas vezes ao trilhar o caminho da espiritualidade ficamos com algumas dúvidas.... Num primeiro momento a dúvida é natural no ser humano e faz parte do processo de descoberta e aprendizado. 

Porém uma vez escolhido o caminho, a dúvida não é mais adequada pois ela enfraquece o individuo, faz com que o emocional fique confuso abrindo brechas para energias intrusas e alimentando parasitas, larvas astrais ou mesmo obsessores.

É nesse momento de dúvida que destruimos algumas das principais ferramentas espirituais: a fé e a autoconfiança. Esses dois atributos são os escudos contra forças negativas que nos fazem ter uma vida mais cheia de paz e plenitude. Paz e plenitude são condiçoes de paraíso. Quando temos essas condições, nos dias de hoje, passamos a viver um paraíso na terra. Deus (o bem) é a unidade, precisamos estar unidos na fé e coesos na autoconfiança.

O contrário também é verdadeiro. A palavra "diabo" vem do grego: "diabolos" significando: divisão, separação, desunião. As emoções que vão de encontro a essa premissa de "diabolos" são justamente a dúvida, desarmonia que geram a discórdia, a falta de tranquilidade e consequente tristeza, fazendo com que se viva o inferno na terra.

A dúvida é anulada através da fé, como dizia S. Francisco de Assis: "Onde houver dúvida que eu leve a fé"

Quando se está no meio do caminho e surge a dúvida, a tentação, o apelo do mundo se opondo ao caminho espiritual, a melhor maneira de vencer essas dificuldades e se apegar na luz, trabalhar firme no propósito e alimentar a parte espiritual com alimentos espirituais que irão fazer bem para o espirito em primeiro lugar, consequentemente para alma num segundo momento e  finalmente ao fisico, pois a calma e alegria ajudam  a eliminar uma das maiores doenças da modernidade: o estresse.

Os alimentos espirituais já são em conhecidos do neófito, mas vamos lembrar um pouco mais: oração, meditação, lei do perdão, bençãos, e a tríade: Amor, Aprendizado, Alegria. 

A Escolha Parte II

“Quando alguém for tentado nestes momentos de aflição, não diga: "Esta tentação vem de Deus". Porque Deus não é tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas uma pessoa é tentada quando é atraída e enganada pelos seus próprios maus desejos.”

Tiago 1:13-14

Dentro dos vários motivos que disparam o sentimento de ansiedade no indivíduo, existe um que não se cura face a ação de remédios: A questão da escolha no processo decisório, que faz com que entremos num nível de estresse altíssimo, na maioria das vezes sem nos darmos conta.

 O melhor antídoto para diminuirmos esse nível de estresse e aborrecimento é a tomada de decisão, que abreviará o tempo e o sofrimento no processo de escolha. 

 Já foi dito que a dúvida nos leva para uma situação de separatividade interna, e que isso está associado ao momento “diabolos” (aquele que divide),  enquanto a unidade está associada ao momento de divindade (paraíso). 

Numa escolha ficamos na separatividade ou duvida, que faz com que o “diabolos” interno se exacerbe, experimentando o inferno na terra com insatisfação constante e recorrente.

Enquanto estivermos entre dois caminhos, nunca estaremos plenos e nem completamente satisfeitos.  A plenitude (estado de divindade) só se dá através da união, ou seja, vencendo o momento de dúvida (diabolos).  

A questão é de quanto tempo ficamos nesse momento, pois será o nosso período de inferno interno onde reina o sofrimento.

Toda escolha vai levar o individuo a um estado de frustração ou de compensação. Ao fazer a escolha, ao tomar a decisão, se ele teve a satisfação  e sentiu realizado no prazer, ele entra em estado de compensação e em pouco tempo ele não lembrará mais da opção que ele rejeitou.  Porém se ocorrer o contrário, se ao tomar a decisão o individuo não encontrou a satisfação ou sentiu desprazer ele entra em estado de frustração.

A frustração nesse momento entra como professora, cuja lição tem a ver com um repensar de valores, e quando possível, voltar atrás no processo de escolha (passando por cima do orgulho, arrependendo-se da decisão tomada, reconhecendo o fato e em seguida sentindo-se reconhecido, trabalhando a humildade) para novamente entrar no caminho da plenitude.

Temos que pautar nossas decisões no prazer (compensação) a médio e longo prazo, e frustração em curto prazo, isso se dá através da maturidade. 

O imaturo quer prazer imediato sem se preocupar (inconseqüente) com as frustrações a médio e longo prazo. Ele não quer ter o trabalho de plantar para colher, que é inexorável a todos pelas Leis do Carma. Ao receber a semente para o plantio e semeadura, o imaturo come a semente para ter o prazer imediato, e no futuro se pergunta o porquê de não colher nada de bom.

Pode-se traçar um paralelo com o período que antecedeu a iluminação dos grandes Mestres na história: Jesus no deserto (momento de “diabolos”, dúvida), Buda e as ilusões de Maya, Moisés no monte Sinai, a tentação de Santo Antonio etc...

Enfim, em algum momento temos que nos retirar para nosso deserto interior e enfrentar o nosso momento de “diabolos” cujas armas são: rapidez na escolha, fé (espírito fortalecido), coração em estado amoroso, e conhecimento das leis espirituais.

O diabo tenta Jesus nas coisas simples, nos desejos mais básicos: o saciar da fome, o desejo de poder e riqueza, no querer ser superior a tudo e a todos através do estimulo do orgulho no Ego inflado.  

Esses sentimentos o ser humano carrega em seu Elemental de desejo. Por estar em nós nos parecem lícitos, mas não os são para a evolução espiritual, cuja linha que separa o bom do mau se é capaz de libertar fazendo com que vençamos esse elemental do desejo cuja linha é tão tênue que só tendo a Espiritualidade como caminho e no conhecimento de suas leis

  

A tentação (momento “diabolos”) reside onde a dúvida mora, pois ela nos separa e nos aparta da nossa alma superior.

Pedimos a todo o momento na oração do Pai Nosso justamente o afastamento dessa situação (E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal. Mat. 26:41) essa “tentação” onde temos que decidir entre dois ou mais caminhos é o momento “diabolos”. 

Cabe ao Homem sair desse processo de alienação (portanto recorrente ou vicioso) através do amor, união (Deus), aprendizado e alegria entrando no modelo virtuoso.

O caminho da espiritualidade ou a espiritualidade como caminho?

Em muitas das aulas que ministro, percebo nos alunos uma expectativa muito grande de chegar ao grande destino....

Que destino seria esse?  Iluminação, paraíso, paz eterna, etc...

O primeiro conceito que precisamos entender é de que somos seres eternos, portanto a eternidade não é um objeto a se alcançar ela acontece agora, já, serve de pano de fundo para todo mais....a eternidade pessoal tem o tamanho do espírito universal e as cores da alma imortal.

Portanto conceitos de paz eterna ou de felicidade é um estado possível e plausível de ser vivenciado aqui e agora, dissipando os véus de Maya (ilusões) e através da diminuição do Ego inflado. Muitas pessoas perguntam porque não conseguem ser felizes e alguns dos motivos é o fato de “não saber o que se quer” pois deseja-se coisas que são próprias muitas vezes da mídia ou de influencias externas do que realmente se quer com a  Alma. 

Quando se descobre o que se quer, na maioria das vezes “não se sabe querer”, pois o querer deve estar alinhado ecologicamente com os anseios do físico, do emocional, da alma e do espiritual. Além disso, falta boa vontade em realmente investir na felicidade como um bem maior, há de diminuir o Ego, valorizar as coisas  que se tem, reconhecer o valor das pessoas a sua volta, pois delas virá sua riqueza, apreciar a beleza de tudo, e ter fé. 

Com o coração endurecido não se chega a Alma, e não há caminho da espiritualidade se não for através da porta da alma.

O Ego inflado quando busca a espiritualidade busca uma finalidade como a iluminação, porém quando isso acontecer (ouvi hoje de um amigo) ele (o Ego) não estará lá para presenciar ou saborear...é irônico pois a iluminação que entre outras descrições seria o estado de plenitude e fusão com o todo, será desprovido de Ego inflado.

Cabe lembrar que a evolução espiritual se dá para além do tempo, por toda a eternidade através do aprendizado e de colocar o que se aprendeu em prática. O homem não está pronto, ele está se moldando continuamente. O homem é uma obra em construção. Sendo assim, não há diplomas ou certificados no fim da jornada, mesmo porque não há fim na jornada, mas a jornada é um fim em si.

O que há na espiritualidade num primeiro patamar evolutivo é muito trabalho, estudo e disciplina. Mas há de se fazer com alegria para não se ter um fardo. E a alegria vem da compreensão dos propósitos e da boa vontade.

A César o que é de César...

Existe muita coisa que estão implícitas no inconsciente coletivo de conceitos ou preconceitos (pré-conceitos) com relação a Espiritualidade. O primeiro equívoco que se observa, é que a maioria  das pessoas vão a uma casa espírita ou vêem no Espiritismo uma muleta para resolver as questões materiais e físicas, como desemprego, falta de dinheiro, falta de saúde, conseguir moradia, carros e outros bens, e até mesmo namorados (as) entre todas as questões mais mundanas e que o homem anseia. Na verdade o Espiritismo está para orientar, ensinar e trabalhar as questões ESPIRITUAIS e não as materiais. 

Ao haver uma maior compreensão e entendimento do que é o Homem enquanto um espírito que possui um corpo e não o contrario, automaticamente começa-se a melhorar o padrão energético e vibratório de cada individuo, e se assim, o individuo e aprendiz desenvolver em si a disciplina e a boa vontade em colocar em prática esses ensinamentos espirituais, começa-se então a criar um processo de mudança onde haverá uma melhora das condições emocionais e consequentemente, uma melhora física também.

Temos que lembrar que as “entidades” ou “mentores espirituais” não são agenciadores de emprego, de namoro, ou mágicos que estão para resolver seus problemas pessoais. Tenha competência em assumir sua própria vida e seus problemas, e faça um favor ao mundo e a si mesmo de parar de reclamar. Ao invés disso procure aprender as questões espirituais, e com sabedoria colocar em pratica na sua própria vida. O próprio Cristo disse: “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”....mantenha as questões espirituais como meta, mas elas servem pra melhorar primeiramente o espírito.

Temos que lembrar que as “entidades” ou “mentores espirituais” não são nossos empregados ou escravos como muitas vezes são tratados. Há de haver respeito com todo e qualquer ser humano indistintamente, mas principalmente numa forma respeitosa e bem educada de tratar com amor e deferência quem se dispõe a ensinar àqueles que ainda vivem nas trevas da ignorância.

Temos que lembrar que as “entidades” ou “mentores espirituais” não são nossos guarda-costas pessoais que estão 24hs a nossa volta a nos defender de todo e qualquer ataque espiritual. Muitas vezes me perguntam; “Porque MEUS guias não me defendem? De que me SERVE o Espiritismo se nem ME defender eles me defende? Parece que EU SÓ TENHO PERDAS desde de que me ingressei no caminho da espiritualidade?...etc”  Primeiramente quero explicar que as suas defesas  pessoais se dão com a melhora de um padrão energético e emocional....Se você não está bem emocionalmente, se quiser mudar, vá se tratar! Se não quiser mudar é uma opção que te manterá tendo o que sempre teve ao longo da vida.   

A melhora do padrão energético por sua vez, se dá com a utilização de algumas ferramentas: meditação, reforma de caráter, limpeza de chakras, pratica espiritual saudável, pratica sexual saudável, alimentação saudável, oração e vigilância. Se você não pratica aquilo que aprende ou aquilo que ensina, com certeza estarás a cada dia mais distante da sua alma superior, e não será nenhuma entidade ou guia que ira resolver os seus problemas.

Estudo, aprendizado. Colocar em pratica o que se aprendeu, amor e alegria...esses são os veículos que o fará desenvolver espiritualmente de fato...e a Espiritualidade está aqui para isso: ENSINAR.

A Cesar o que é de Cesar II (continuação...)

Continuando o tema da postagem anterior, foram feitas algumas perguntas, e por uma questão didática acho melhor reproduzir aqui na forma de diálogo:

Neófito: O que acontece quando uma entidade dá um passe, remédio ou banho para ajudar as questões físicas de saúde por exemplo, se a proposta não é cuidar do plano físico?

Tereza: Muita confusão ocorre devido a esse tipo de consulta que busca num primeiro momento o bem estar físico, que é licita. 

Mas o que se vê (passe, banho ou remédio) é apenas uma ponta do que acontece na espiritualidade, e não se pode tomar uma parte como se fosse a totalidade. 

Esse tipo de situação de não entender e não ver o que acontece na espiritualidade generaliza todo o processo e é um dos principais responsáveis pelo preconceito e por informações distorcidas. 

As entidades são instruídas a praticar a caridade, e um dos caminhos e através da misericórdia que procura aliviar as dores tanto morais, espirituais ou físicas, por isso esse tipo de consulta é licita, pois está em conformidade com as Leis da Misericórdia.

 Na sua pergunta você usou a palavra “ajudar” corretamente, pois trata-se de uma ajuda e não de uma solução definitiva. Mesmo porque se não houver mudança de hábitos e de padrões mentais é certeza que os problemas e doenças voltarão brevemente e recorrentemente.

Lembro também que há doenças que são Cármicas, e para essas,  a cura não acontecerá, pois trata-se de um aprendizado através da dor da doença e através de todas as emoções associadas ao processo, que ao  lutar contra a doença despertará um aprendizado, normalmente calcado na fé.

 Dentro dessa “ajuda física”,  a atuação dos banhos e passes energéticos atuam no campo energético (periespirito, duplo etérico, astral/emocional) e uma egrégora no momento da consulta com a determinada entidade, começa a trabalhar nos corpos sutis daquele individuo por um determinado tempo que normalmente vai de 1 dia até 77 dias conforme a necessidade  e gravidade, e em casos esporádicos e raros se estender por mais tempo. 

As vezes o individuo recebe algumas instruções como fazer orações ou mesmo banhos, que na verdade é uma maneira de manifestar no plano físico uma âncora que servirá de ponto focal para o trabalho da Egrégora no astral , ficando mais fácil de sintonizar e localizar o trabalho que está sendo feito. 

Portanto aqueles poucos minutos que a entidade “dá o passe” ou recomenda um banho, na verdade esse momento é estendido em tempo, potencia e atuação no plano astral.

Quanto aos remédios, principalmente os naturais, é sabido que as plantas possuem propriedades curativas tanto físicas como energéticas, e embora o plano físico não seja o objetivo principal, não quer dizer que ele não seja importante. Não confundir a prioridade com importância e o fato de haver características principais numa determinada condição.  

A grande importância do corpo físico é de servir como receptáculo/templo para a alma e o espírito. Por isso a frase: Mens sana in corpore sano ("uma mente sã num corpo são") que originalmente queria dizer que devemos buscar por saúde física e espiritual.

Portanto o cuidado do corpo físico é importante pois ele está inserido no plano físico como uma ancora para abrigar a alma, mas o Corpo Fisico e Plano Fisico são duas coisas distintas  portanto o papel do Espiritualismo é ensinar as coisas espirituais para que elas fluam para os demais corpos como conseqüência do aprendizado e não como um objetivo final.